sexta-feira, 30 de março de 2007

Bons rapazes!

“Havia nomes de código prescritos: em vez de “matar”, dizia-se “solução final”, “evacuação” (Aussiedlung), ou “tratamento especial” (Sonderbehandlung). A “deportação” dava pelo nome de “realojamento” (Umsiedlung), ou ainda “trabalho no Leste” (Arbeitseinsatz im Osten), excepto quando se referia aos judeus privilegiados enviados para Theresienstadt, o “gueto dos velhos”, caso em que se tratava de uma “mudança de residência”.(…) Sejam quais foram as razões que levaram à adopção de uma linguagem codificada, a verdade é que tais regras contribuíram largamente para a manutenção de ordem e do equilíbrio mental nos muitos e diversificados serviços cuja colaboração era imprescindível. A própria expressão “regra de linguagem” (Sprachregelung) era, em si mesma, um nome de código; em linguagem corrente, chamar-se-ia a isto uma mentira
(in Eichemann em Jerusalém, Hannah Arendt)

Um comentário:

Anônimo disse...

bom comeco