"Há dias, propósito do" caso McCann", um jornal inglês concluía, espantado e cheio de razão, que, em Portugal, a policia continuava, como há cem anos, a procurar e valorizar, acima de tudo, a auto-incriminação do suspeito: ou por confissão (espontânea ou "forçada"), ou por escuta telefónica. Uma vez isso conseguido, dispensa-se de investigar mais o que quer que seja." (Miguel Sousa Tavares/Expresso 08/09/2007)
O problema não está na realização das escutas telefónicas, cuja importância como ferramenta numa investigação é indesmentível, o problema está em tornar a escuta como único meio ídoneo para descobrir o crime.
É sabido que as escutas, como suporte de uma acusação, são as melhores amigas de um advogado de defesa porque quando não são nulas, as intercepções, são desacompanhadas de outros meios de prova.