segunda-feira, 26 de novembro de 2007

ao menos pela igualdade provada cientificamente!

Durante o programa de ciências da vida e de biologia do ensino secundário, aprendi o que era a Filogenia (ciência que estuda e determina as relações evolutivas dos organismos). Na altura limitei-me a engolir aquele xarope e a despejá-lo nos testes e exames, até que fui exposta a uma realidade diferente.

Nos EUA, existe um número considerável de estados que não permite o ensino da Teoria da Evolução (satiricamente denominados de Jesusland). Nesses estados é ensinado The Intelligent Design que basicamente ensina que Deus criou a Terra e o Universo tal qual como agora existe e que o Ser Humano é a sua criação mais perfeita, feito à sua imagem e semelhança. Todos os outros seres são criaturas inferiores. Esta teoria criaccionista gera um problema ideológico e social bastante grave, na medida em que os brancos assim ensinados crêem que só eles são merecedores da escolha de Deus, marginalizando e discriminando quem é diferente.

Em 1820 a Revolução Liberal rebentou em Portugal, acabando com a Monarquia Absoluta (o Rei expressava a vontade de Deus, e o seu poder era inquestionável). Uma nova forma de governar nasceu em 1822 com o nascimento da Constituição Portuguesa e Portugal passou a ser governado por uma Monarquia Constitucional que salvaguardava que todos os indivíduos eram iguais.

Hoje em dia o avanço da ciência, principalmente o da genética, permite o estudo detalhado da Filogenia, que mostra que todos os organismos têm relações evolutivas comuns, partilhando património genético, sendo flagrante que entre Seres Humanos o genoma é quase 100% idêntico. No século XIX, ideologicamente, em Portugal, já se caminhava neste sentido... A ausência deste conceito de igualdade cria problemas como os referidos no segundo parágrafo. Agora proponho uma reflexão: ao haver o "Sr Dr", o "Sr Eng", o "Sr Arq" e o "Sr Prof" a contrastar com a Maria, o José e o João, estamos próximos de que ideal?