sexta-feira, 9 de novembro de 2007

BARRAGEM AMARANTE/FRIDÃO

Durante o debate do Orçamento Sr. Primeiro Ministro, na sua eloquente arrogância, criticou aqueles que não lhe deram os parabéns pelo Programa Nacional das Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico, que tanta riqueza vai criar e tanta poupança vai proporcionar.
Como amarantino dou ao Primeiro-ministro os parabéns porque além de prestidigitador que é tornou-se num destrutivista, pretendendo transformar uma cidade com elevado potencial turístico numa cidade sem qualquer futuro.
Na verdade os estudos efectuados no âmbito o Programa Nacional de Barragens Com Elevado Potencial Hidroeléctrico chegou á conclusão que a Barragem de Amarante/Fridão é das 10 escolhidas aquela que tem a melhor Taxa Interna de Rentabilidade (taxa interna de rentabilidade (TIR) representa de rentabilidade gerada pelo investimento) e de entre aquelas a 2.ª mais elevada em termos de potencia instalada (“definição da potência é dependente do valor da queda, ou desnível topográfico conseguido para a implantação da obra”).
Estes são os indicadores que militam a favor da construção da Barragem Amarante/Fridão, ou seja puramente técnico /económicos.
No entanto e contra este projecto estão razões que se podem enunciar da seguinte forma:
1.º - Amarante é turisticamente dependente da harmonia existente entre Ínsula a Ponte de São Gonçalo e o Mosteiro. A construção da barragem acaba irremediavelmente com o bucolismo e a harmonia do rio com o Convento e a Velha Ponte e consequentemente com o turismo;
2.º - A construção da Barragem de Amarante/ Fridão irá transformar a vida dos amarantinos num verdadeiro inferno com o agravamento do fenómeno da eutrofização (“fenómeno causado pelo excesso de nutrientes”) que a cidade bem conhece, especialmente nos meses de verão, desde a construção da Barragem do Torrão;
3.º - Em termos agrícolas Amarante como região demarcada do vinho verde deixará de ter importância devido à alteração do microclima e consequente desaparecimento das suas características edafoclimáticas necessárias à produção do Vinho Verde.
4.º - Quanto ao risco de Ruptura da Barragem e na caracterização do risco o Projecto de Programa apesar de esclarecer, na sua pag. 178, que “a existência de uma barragem num rio passa a constituir um risco para o vale a jusante, envolvendo pessoas e bens materiais, ambientais e culturais”, nada refere quanto á barragem de Amarante/Fridão.
Ficamos sem saber se tal avaliação foi efectuada, no entanto qualquer um percebe que o argumento catástrofe é um ponderoso argumento contra a construção de uma obra, daquela envergadura, quando se chama a atenção para o facto da Barragem de Amarante/Fridão poder ser construída numa fractura tectónica.
Agora é necessário que os amarantinos façam compreender que a não contrução da Barragem de Amarante/Fridão não prejudica irremediavelmente os objectivos energéticos do governo de Portugal.