domingo, 13 de julho de 2008

O bluff
O Governo só tem tido uma preocupação: por um lado, inventar desculpas; por outro, procurar culpados. E vai logo aos “suspeitos do costume”: a culpa já foi da "pesada herança"; já foi dos sindicatos, já foi das leis laborais da Constituição, tendo passado, depois, para a conjuntura internacional.
A semana passada a nação, através do Parlamento, deu conta do seu estado e José Socrates, se dúvidas houvessem, demonstrou que, ao longo destes três anos, não passou de um “flop”.
Salvaram-se as contas públicas, com o controlo de deficit, o que para muitos foi um desempenho excepcional.
Sou tentado a concordar, não tanto porque considere extraordinário, mas porque foi excepcional, no meio dos erros cometido. José Sócrates conseguir aproveitar o que já vinha sendo feito, a este nível, pelo governo anterior na chamada “politica de obsessão pelo controlo do deficit”.
Sócrates delapidou a confiança que os Portugueses depositaram nele pelo simples facto de, por um lado, se ter rodeado de inábeis e, por outro, cultivar a arrogância do narciso.
Ao cultivar a vaidade, como se não houvesse amanhã, hipotecou-se à ideia que os seus ministros são bons ministros e que remodelação é palavra que não entra no léxico de um líder iluminado nas escolhas que faz.
O resto da história já todos conhecemos!
Na educação um Secretário de Estado, Valter Lemos, que disse que o governo de António Guterres, com Ana Benavente a ocupar a pasta, produziu uma politica educativa com os "os piores resultados escolares da Europa".
Se conhecíamos a proverbial disposição deste elenco governativo para o insulto, ficamos, também, a conhecer a propensão à deslealdade.
Ao contrário do que Valter Lemos quer fazer crer, o problema da educação não é um problema de pessoas mas de politica.
E a prova é que Portugal continua a ser o pior país da União Europeia nas taxas de conclusão do ensino secundário. Apenas 53,4% dos jovens entre os 20 e os 24 anos de idade têm o ensino secundário.
Os meus filhos que estudam na Escola Francesa, Marius Latour, no Porto não procuram facilidades e encontram o rigor de quem ensina. Verifiquei, ao longo destes anos, que em França não se trabalha para as estatísticas mas para os alunos.
O governo não se deveria preocupar em comunicar que o exame nacional de Matemática do 12.º ano viu a média nacional dos alunos internos a disparar para os 14 valores (em 20). Nem que os alunos do 9.º ano revelaram uma melhoria muito significativa em relação à prova efectuada em 2007. Deveria era explicar, de uma forma clara e lógica, o porquê.
Sem se preocupar em explicar “os porquês”, o Governo, pela voz da sua Ministra, berrou a plenos pulmões contra aqueles que punham em causa a forma como a percentagem de negativas caiu de 72,8 por cento para 44,9 por cento, entre 2007 e 2008.
A resposta, a tão abrupto encontro com a sabedoria, pode ser encontrada em prodígios, como os milagres, na simples propaganda ou em manobras eleitoralistas.
As manobras eleitoralista demonstram que Sócrates tudo fará para se manter no poder, nem que para isso venha prometer benefícios fiscais como a redução do IMI que não vão ter efeitos na bolsa dos portugueses, muito menos daquelas portugueses que, por via do descalabro económico, diariamente devolvem as casas aos bancos.
Sócrates, aproveitando a boleia das petrolíferas, tenta a sua melhor “pose para o eleitorado” e cria a taxa “Robin dos Bosques”, de 25%, que se destinará a financiar despesas sociais.
Sócrates esconde, desta forma, que o está caro não é o petróleo mas os impostos. E não nos deixemos enganar: basta ler um comunicado, a que foi dado pouco valor, onde Galp lembrou que já pagava IRC sobre as mais valias resultantes da valorização dos seus stocks e a única diferença é que agora passa a fazer pagamentos especiais por conta, ou seja “com esta alteração fiscal a Galp passa a entregar o dinheiro mais cedo através do pagamento por conta do IRC, quando até agora esse imposto só era liquidado no ano seguinte”.
Sócrates faz de conta, baralha, parte, dá e antecipa receitas para prevenir piores resultados eleitorais.
O emprego de Sócrates e do Programa de Governo – recordam-se dos 150 000 novos empregos? - visava “acabar progressivamente com a pobreza associada ao trabalho, reduzir as desigualdades sociais no mundo do trabalho e promover a cidadania laboral”. Hoje a taxa de desemprego é de 7,5% e a tendência, como sabemos, é para aumentar.
Serve isto para, por um lado, desmistificar “O Sócrates” e o seu pseudo e arrogante governo de esquerda; e por outro, demonstrar que este governo é tudo, menos a imagem de rigor e competência que de si pretende dar.
Como diz um amigo meu: - “Sócrates, como o peixe, morrerá pela boca”. Essa tirada faz recordar um discurso do primeiro-ministro em 02 de Outubro de 2003, na Assembleia da Republica: “Agora, o desemprego sobe mais entre as pessoas com curso superior e sobe mais entre os jovens”. É por isso que, se há uma imagem de marca deste Governo, se há uma imagem que marca a governação desta maioria, ela é, sem dúvida, a marca do desemprego.
Triste marca!

Nenhum comentário: