quarta-feira, 5 de setembro de 2007

"A maior parte do tempo, a saison arrastava-se em piqueniques à beira do Tâmega, visitas ás quintas, alguns baptizados ou casamentos, Na "Assembleia", onde, excepção feita à noite do baile, as senhoras não entravam, os cavalheiros matavam o ócio no bridge ou no bluff, como chamavam ao poker" (Miguel Sousa Tavares in NÃO TE DEIXAREI MORRER DAVID CROCKETT).
Como foram alteradas, o ano passado, as férias judiciais torna-se cada vez mais difícil, para quem é advogado, gozar as férias, de verão, longe do escritório não vá o diabo tecê-las. Este ano passei férias na minha terra natal que é Amarante.
Verifiquei, com mágoa, que a terra onde nasci, a “Princesa do Tâmega”, está desinteressante e que, acaso fosse um simples turista, não voltava e desaconselhava uma visita prolongada.
O Tâmega está morto e com ele morreu a praia fluvial, “Os Poços”. Amarante divorciou-se do rio que agora não passa de um charco de águas estagnadas onde passeiam, não as velhas "guigas" mas uns barcos a pedais apelidados de "gaivotas". Hoje os amarantinos não aprendem a nadar no Rio Tâmega e para colmatar essa deficiência, a Câmara Municipal e muito bem, mandou construir as piscinas municipais sem no entanto cuidar de integrar aquela infra-estrutura naquele que é talvez o mais bonito parque existente em Portugal o Parque Florestal.
O Parque Florestal, onde dei longos passeios com meus pais, aprendi a conduzir bicicleta e a jogar ténis, passou a ser um “parque de merendas” divorciado do rio, da flora e dos animais.
Não sou nostálgico o que queria era ver aproveitados, paisagisticamente, todos estes locais. Gostaria de ver, por exemplo, aproveitada aquela que é uma das mais bonitas pistas de pesca desportiva em Portugal.
Infelizmente, mais por incompetência que por negligência Amarante, perde diariamente o seu património paisagístico.
Alguns amarantinos, senão todos, chegaram já à conclusão que Amarante não são obras como a Pousada da Juventude a Biblioteca Municipal ou o Largo de São Gonçalo. Muitas outras criticas exitem, hoje por aqui me fico, no entanto devo confidenciar que Amarante não é simples "passeio" de arquitectos é beleza natural.