«O advogado, Marinho Pinto, bastonário da Ordem, denunciou estentoriamente a corrupção do Estado e o mau funcionamento da Justiça. Como os tempos são o que são, ninguém ouviu ou se importou sobre a Justiça (de resto, muito interessante e oportuno) e toda a gente se garrou com volúpia e gula ao velho e gasto assunto da corrupção». (artigo de opinião de Vasco Pulido Valente in Público)
O jornal "Sol" na sua coluna Sol & Sombra escrevia na Sombra que «o novo bastonário dos advogados teve uma entrada de rompante na vida pública. É figura destacada em todos os jornais e televisões, ensombra mesmo Cavaco Silva na abertura do ano judicial e as suas denúncias ribombantes transformaram-no, num ápice, no novo herói justiceiro das camadas populares. Basta ouvir o que se diz nas ruas e nos cafés. É certo que os brandos costumes judiciais do país dão fundamento ao seu incontinente discurso acusatório. Mas lançar suspeitas sobre tudo e todos, em vez de apontar insuficiências e propor soluções, ajuda mais a minar a confiança nas instituições do Estado de Direito e a fragilizar a democracia do que combater, efectivamente, a corrupção. Fazer muito barulho chama as atenções, mas pode ter efeitos contrários aos que se esperam.»
Ou seja o "Sol" ainda não entendeu que há alturas em que não se deve ser politicamente correctos, há momentos em que os jornalistas devem dizer "basta" e fazerem aquilo que lhes compete, produzirem bom jornalismo, de investigação, para que aqui, como nos Estados Unidos, banqueiros, políticos ou dirigentes desportivos, sejam investigados e eventualmente condenados.
O "Sol" deve, por exemplo, em abono do bom jornalismo, o sério, não noticiar apenas que «o Tribunal Constitucional livrou a candidatura de Mário Soares de uma acusação de irregularidades nas contas da sua candidatura presidencial. O acórdão a que o “sol” teve acesso, poderá, no entanto ter aberto a porta a financiamentos encapotados em futuras eleições, na medida em que não contabiliza algumas despesas de campanha.»
O “Sol” deve explicar aos leitores porque é que a Entidade de Contas, responsável pela fiscalização das contas, em campanhas eleitorais, entende que as despesas pagas por terceiros aos candidatos devem ser incluídas nas contas destes, só assim o “Sol” contribuirá para esclarecer os leitores. Deveria ainda, o “Sol” noticiar se noutros casos as decisões, da Entidade de Contas, têm ido sempre, ou não, no sentido de contabilizar esses donativos.
Os leitores poderiam de forma crítica ler a última parte da notícia que refere que a «sentença do TC permitiu ao MASP3 evitar a ultrapassagem do tecto das despesas de campanha (3,8 milhões de euros), uma infracção punida com prisão de um a três anos, que seria imputável a Soares e ao seu mandatário».
Por tudo o que se disse concordo com Fernando Madrinha no “Expresso” quando escreve que «a corrupção e uma moléstia que medra no segredo e na discrição. O que mais lhe convém é que se fale dela em voz baixa e por metáforas.»
O jornal "Sol" na sua coluna Sol & Sombra escrevia na Sombra que «o novo bastonário dos advogados teve uma entrada de rompante na vida pública. É figura destacada em todos os jornais e televisões, ensombra mesmo Cavaco Silva na abertura do ano judicial e as suas denúncias ribombantes transformaram-no, num ápice, no novo herói justiceiro das camadas populares. Basta ouvir o que se diz nas ruas e nos cafés. É certo que os brandos costumes judiciais do país dão fundamento ao seu incontinente discurso acusatório. Mas lançar suspeitas sobre tudo e todos, em vez de apontar insuficiências e propor soluções, ajuda mais a minar a confiança nas instituições do Estado de Direito e a fragilizar a democracia do que combater, efectivamente, a corrupção. Fazer muito barulho chama as atenções, mas pode ter efeitos contrários aos que se esperam.»
Ou seja o "Sol" ainda não entendeu que há alturas em que não se deve ser politicamente correctos, há momentos em que os jornalistas devem dizer "basta" e fazerem aquilo que lhes compete, produzirem bom jornalismo, de investigação, para que aqui, como nos Estados Unidos, banqueiros, políticos ou dirigentes desportivos, sejam investigados e eventualmente condenados.
O "Sol" deve, por exemplo, em abono do bom jornalismo, o sério, não noticiar apenas que «o Tribunal Constitucional livrou a candidatura de Mário Soares de uma acusação de irregularidades nas contas da sua candidatura presidencial. O acórdão a que o “sol” teve acesso, poderá, no entanto ter aberto a porta a financiamentos encapotados em futuras eleições, na medida em que não contabiliza algumas despesas de campanha.»
O “Sol” deve explicar aos leitores porque é que a Entidade de Contas, responsável pela fiscalização das contas, em campanhas eleitorais, entende que as despesas pagas por terceiros aos candidatos devem ser incluídas nas contas destes, só assim o “Sol” contribuirá para esclarecer os leitores. Deveria ainda, o “Sol” noticiar se noutros casos as decisões, da Entidade de Contas, têm ido sempre, ou não, no sentido de contabilizar esses donativos.
Os leitores poderiam de forma crítica ler a última parte da notícia que refere que a «sentença do TC permitiu ao MASP3 evitar a ultrapassagem do tecto das despesas de campanha (3,8 milhões de euros), uma infracção punida com prisão de um a três anos, que seria imputável a Soares e ao seu mandatário».
Por tudo o que se disse concordo com Fernando Madrinha no “Expresso” quando escreve que «a corrupção e uma moléstia que medra no segredo e na discrição. O que mais lhe convém é que se fale dela em voz baixa e por metáforas.»
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